SENHORA DE ENGENHO
EM BUSCA DO AMOR CIGANO
Crônica da Jovem Escritora e modelo Gizele Tavares
Foto Temática Ensaio de Atriz do renomado Fotógrafo Gilvan
Emmanuel
Assista:
Edição Kadu Hammett
letra e música Gizele Tavares
Em um lugar, muito e muito distante, no nordeste do Brasil,
vivia uma jovem bela, filha de um senhor de engenho de açúcar muito rico, desde
cedo, esta jovem órfã de mãe morava sozinha com seu pai, que havia prometido
sua filha em casamento ao amigo e coronel da cidade. De cabelos longos escuros,
pele cor de canela, olhos mais negros que a noite e de uma paixão avassaladora,
cheias de sonhos, a menina não queria casar com um velho rico sem amor, seu maior
desespero era ter coragem de partir, em busca de algo que lhe preenchesse a
alma. Ela havia perdido sua mãe pela tuberculose quando ainda era uma criança,
seu pai revoltado com a morte repentina de sua amada esposa, entregou-se a vida
regressa de um ébrio e assim deixando de lado sua filha, que cresceu com o
desprezo de seu pai. Ao completar 18 anos de idade, desesperou-se, pois
aproximava os dias em que seria mulher do coronel, então assim havendo a chance
que lhe apareceu na manhã de uma segunda feira, ela não pensou duas vezes e
partiu apenas com a roupa do couro. Naquela manhã um grupo de ciganos estava de
passagem pela cidade, e assim ela se misturou no meio deles, e se foi. Ao saber do Desaparecimento de sua filha,
começou uma busca pelo nordeste, a procura durou muitos meses, mais a jovem não
foi encontrada. Devido o sumiço dela, o coronel travou com o pai da jovem uma
rincha achando que ele não havia comprido com a promessa de casamento, houve
guerra na cidade e matança, o pai e o coronel acabaram discutindo numa noite, e
ambos atiraram um no outro vindo a óbito. A notícia se espalhou aos quatro
cantos do nordeste do Brasil, a cidade ficou assombrada, e todos achavam que a
menina filha do senhor de engenho estava morta.
Enquanto isto, sem saber do que acontecia distante de sua
vida passada, a menina sofria com saudades do pai, embora estivesse vivendo uma
ventura mágica, em mundo muito diferente do que estava acostumada. Ela comia e
vestia o que conseguia tudo muito simples, andava descalça e os cabelos soltos
ao vento. Estava sendo simples e natural, sendo ela mesma. Não demoraria muito,
até ela se envolver com um cigano, e foi o que aconteceu. A menina rica do
engenho conheceu a mais e profunda paixão, a intensidade, ela se envolveu
loucamente com um jovem lindo cigano, mais o amor estava mais perto da
decepção. O jovem roubou o coração dela, e como todo amor cigano, a fez viver
uma mentira e abandonou. Ela descobriu que ele tinha uma família e filhos, e
preferiu desistir daquele sentimento. Com uma dor profunda na alma, que só quem
ama e perde pode descrever, ela decide voltar ao Engenho e pedir perdão ao pai,
sem saber de todo o ocorrido. De malas
prontas, e roupagem diferente do que vestia no engenho, ela volta cigana ao seu
passado. A estrada foi longa, de carona em carona, e ela chega ao engenho, que
não parece mais com o lugar que nasceu, a igreja abandonada, as casas depredadas
e o lugar vazio. Sua casa fechada e na igreja abandonada, ela encontra o túmulo de seu pai, ao lado de
sua mãe, e desesperada com o que ver, ela pega estrada de volta, olha pra trás
e ver que não mais, ali pode ficar.
Perdeu tudo, pais, amor e agora lhe resta à paixão de
descoberta, de uma vida regressa e Cigana.
SENHORA DE ENGENHO
Partiu cigana, em busca de amor
Partiu cigana, coração te roubou
Família e amigos pra trás ficou
Teus pais se foram e você chorou
Partiu Cigana, em busca do amor
Tua casa sozinha, as rosas murchou
Partiu cigana, no túmulo chorou
Senhora de engenho, não mais restou
Poesia de Gizele Tavares