quarta-feira, 20 de maio de 2015

SENHORA DE ENGENHO EM BUSCA DO AMOR CIGANO



SENHORA DE ENGENHO

EM BUSCA DO AMOR CIGANO

Crônica da Jovem Escritora e modelo Gizele Tavares



Foto Temática Ensaio de Atriz do renomado Fotógrafo Gilvan Emmanuel

Assista: 

Edição Kadu Hammett 

letra e música Gizele Tavares

https://youtu.be/IkT43ke7iJQ



Em um lugar, muito e muito distante, no nordeste do Brasil, vivia uma jovem bela, filha de um senhor de engenho de açúcar muito rico, desde cedo, esta jovem órfã de mãe morava sozinha com seu pai, que havia prometido sua filha em casamento ao amigo e coronel da cidade. De cabelos longos escuros, pele cor de canela, olhos mais negros que a noite e de uma paixão avassaladora, cheias de sonhos, a menina não queria casar com um velho rico sem amor, seu maior desespero era ter coragem de partir, em busca de algo que lhe preenchesse a alma. Ela havia perdido sua mãe pela tuberculose quando ainda era uma criança, seu pai revoltado com a morte repentina de sua amada esposa, entregou-se a vida regressa de um ébrio e assim deixando de lado sua filha, que cresceu com o desprezo de seu pai. Ao completar 18 anos de idade, desesperou-se, pois aproximava os dias em que seria mulher do coronel, então assim havendo a chance que lhe apareceu na manhã de uma segunda feira, ela não pensou duas vezes e partiu apenas com a roupa do couro. Naquela manhã um grupo de ciganos estava de passagem pela cidade, e assim ela se misturou no meio deles, e se foi.  Ao saber do Desaparecimento de sua filha, começou uma busca pelo nordeste, a procura durou muitos meses, mais a jovem não foi encontrada. Devido o sumiço dela, o coronel travou com o pai da jovem uma rincha achando que ele não havia comprido com a promessa de casamento, houve guerra na cidade e matança, o pai e o coronel acabaram discutindo numa noite, e ambos atiraram um no outro vindo a óbito. A notícia se espalhou aos quatro cantos do nordeste do Brasil, a cidade ficou assombrada, e todos achavam que a menina filha do senhor de engenho estava morta.
Enquanto isto, sem saber do que acontecia distante de sua vida passada, a menina sofria com saudades do pai, embora estivesse vivendo uma ventura mágica, em mundo muito diferente do que estava acostumada. Ela comia e vestia o que conseguia tudo muito simples, andava descalça e os cabelos soltos ao vento. Estava sendo simples e natural, sendo ela mesma. Não demoraria muito, até ela se envolver com um cigano, e foi o que aconteceu. A menina rica do engenho conheceu a mais e profunda paixão, a intensidade, ela se envolveu loucamente com um jovem lindo cigano, mais o amor estava mais perto da decepção. O jovem roubou o coração dela, e como todo amor cigano, a fez viver uma mentira e abandonou. Ela descobriu que ele tinha uma família e filhos, e preferiu desistir daquele sentimento. Com uma dor profunda na alma, que só quem ama e perde pode descrever, ela decide voltar ao Engenho e pedir perdão ao pai, sem saber de todo o ocorrido.  De malas prontas, e roupagem diferente do que vestia no engenho, ela volta cigana ao seu passado. A estrada foi longa, de carona em carona, e ela chega ao engenho, que não parece mais com o lugar que nasceu, a igreja abandonada, as casas depredadas e o lugar vazio. Sua casa fechada e na igreja abandonada,  ela encontra o túmulo de seu pai, ao lado de sua mãe, e desesperada com o que ver, ela pega estrada de volta, olha pra trás e ver que não mais, ali pode ficar.

Perdeu tudo, pais, amor e agora lhe resta à paixão de descoberta, de uma vida regressa e Cigana.


    SENHORA DE ENGENHO

Partiu cigana, em busca de amor
Partiu cigana, coração te roubou

Família e amigos pra trás ficou
Teus pais se foram e você chorou

Partiu Cigana, em busca do amor
Tua casa sozinha, as rosas murchou

Partiu cigana, no túmulo chorou
Senhora de engenho, não mais restou

Poesia de Gizele Tavares

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