quinta-feira, 21 de maio de 2015

Mendicância


Pelo olhar do Fotógrafo Temático Gilvan Emmanuel

Mendicância

Poesia de Gizele Tavares Premiada em 2008 em um concurso de poesia da Prefeitura do Recife


Eu Vi um mendigo
Pedindo esmolas
Pediu-me uma moeda
Dei a ele e fui embora
Nem quis olhar pra trás
E caí fora!

O mendigo ficou na calçada
E estendia a mão pra quem passava...
As pessoas nem olhavam
Tinham nojo
Não se aproximavam ...
E eu indo pra casa, pensava:

" Meu Deus, o que levou aquele homem
A vida de mendicância?
Será a falta de emprego, ou a falta de esperança
Ou a realidade da fome, da sede
Que humilha, maltrata e mata"

Quando tudo falta
A pessoa se desespera
Não espera! Não tem paciência
Não aguenta, o sufoco desta vida
Que não dá trégua, pra quem não tem estrutura .... É uma doença sem cura
Viver desta maneira
Não é brincadeira, só quem sente é quem passa ...

O mendigo sobrevive de sua maneira
É uma vida passageira e sem volta
Tudo é difícil e a esperança é morta
Mas o mendigo encontra no lixo
Sua sobrevivencia e a ausência de um ato social
Uma realidade que fere e causa mal
Aos olhos de quem vê e descrimina

Um mendigo na esquina
Pede ajuda em um ato de desespero
Porque o mundo é traiçoeiro
O mal e o bem está dentro de qualquer ser
Na verdade eu descobrir:

Um mendigo na esquina
Pode ser qualquer um,
Eu, ou até mesmo você
Nesta vida de mendicância!

Gizele Tavares, Editora Bagaço 270 pag
livro Rios D' água
Prefácio De Ariano Suassuna
Revisão e orelhas do escritor Luiz Maranhão
Apoio Uninassau


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